9 de outubro, no Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa.
A conferência é organizada pela Coopérnico (Cooperativa de Energias Renováveis), através do projeto COMPILE, e pelo grupo Climate Change Impacts, Adaptation and Modelling (CCIAM) do Centre for Ecology, Evolution and Environmental Changes (cE3c) da Faculdade de Ciências na Universidade de Lisboa (FCUL), através dos projetos europeos PROSEU e BEACON.
Numa altura em que o sistema energético atravessa um profundo e dinâmico processo de transformação que pode resultar num sistema não apenas 100% renovável, mas também numa rede mais inteligente e num modelo energético mais democrático, aberto e horizontal convidamos todos os intervenientes no setor para debater as questões que se colocam a este novo modelo mas também para conhecer exemplos de Comunidades de Energias Renováveis, projetos de partilha de energia e autoconsumo coletivo que já existem na Europa e em todo o mundo.
Do ponto de vista tecnológico, a conversão das redes tradicionais em redes inteligentes, catalisadas pela crescente descentralização, digitalização e tecnologias de comunicação e informação, origina novas e inovadoras funcionalidades tais como flexibilidade, gestão de consumo, inteligência distribuída e ainda, integração de mais produção distribuída. Novas arquiteturas, tais como microredes, agregadores ou sistemas autónomos insulares trazem novas dinâmicas de operação, mas também novos desafios. Do ponto de vista organizacional, cooperativas de energias renováveis, cidades, bairros, aldeias ou municípios assumem-se como atores capazes de colocar a agenda da democracia energética no centro da atual transição energética e empurrar o sistema elétrico para um modelo mais participado e horizontal. A par com tudo isto, a recente aprovação, a nível europeu, das Diretivas das Energias Renováveis e do Mercado Interno de Eletricidade será, em breve, o mote para mudanças legislativas ao nível do estados-membros, tudo conjugado com a nova obrigação de elaboração dos Planos Nacionais de Energia e Clima.
Neste caldeirão de transformações, surgem as Comunidades de Energia Renovável, um modelo de gestão e organização que visa permitir, não apenas o uso coletivo de sistemas de produção e armazenamento, mas colocar a sua gestão nas mãos das comunidades e dos cidadãos. Espera-se então que, em breve, seja possível que cooperativas de energia ou municípios possam gerir microredes urbanas, que conjuntos de habitações ou edifícios possam instalar e partilhar sistemas fotovoltaicos para auto-consumo coletivo ou que prosumers de energia renováveis possam comunicar entre si de forma a partilhar, vender e comprar diretamente o seu excesso de produção renovável. Inevitavelmente, a distância entre as potencialidades e a realidade é, ainda demasiado grande e são inúmeros os desafios se colocam. Desde logo, as necessidades de gestão e operação técnica, mas também as questões relacionadas com a privacidade dos dados no contexto da crescente digitalização do setor mas também os desafios que enfrentam as novas arquiteturas e formas de organização perante os velhos monopólios.
Embora estejam a surgir projetos piloto, de natureza empresarial, académica ou através de iniciativas locais, o modelo das comunidades energéticas sofre de uma forte falta de visibilidade, de pouca credibilidade e de inúmeras barreiras legislativas, técnicas e económicas que importa remover.
Inscrições: https://bit.ly/2SrRdYG
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